sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Texto da revista Dieta Já - Cirurgia bariátrica o resgate da saúde e do amor-próprio

A obesidade mórbida afeta milhões de pessoas no mundo inteiro e cresce a cada dia. A operação, aliada a uma série de fatores como atividade física e comida saudável, pode ser a forma definitiva de cortar o mal pela raiz.
Se você já tentou tudo para emagrecer e os ponteiros da balança não param de subir, é bom ficar alerta, pois a obesidade é uma doença crônica. Não estamos falando só por questões estéticas ou de convívio social. Lembramos as inúmeras complicações de saúde que ela desencadeia como, por exemplo, diabetes, hipertensão arterial, colesterol e triglicérides altos, problemas cardiovasculares e respiratórios, dor nas articulações, varizes e por aí vai.... O pior é que, sem controle ou tratamento, dificilmente se emagrece e a enfermidade se transforma em mórbida - pessoas que têm, em média, acima de 40 quilos do peso ideal. "Há no Brasil cerca de dois milhões de obesos mórbidos. E este número, infelizmente, cresce a cada ano", alerta o cirurgião Luiz Vicente Berti, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, (SP). Para quem caiu neste estágio avançado, as dietas e a atividade física já não dão conta do recado. "São raras as pessoas que conseguem perder peso, porque há, inclusive, um hormônio, o grelina, produzido no estômago sob estímulo da chegada do alimento, que aumenta o apetite. Quer dizer, a comida vira compulsão", afirma o médico Arthur Garrido Jr., coordenador da unidade de Cirurgia da Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital das Clínicas, (SP).

Luz no fim do túnel!

Uma das formas mais eficaz de emagrecimento definitivo em obesos mórbidos é a cirurgia bariátrica. Ela evoluiu muito e as técnicas estão cada vez mais eficientes. Mas nem todos que estão acima do peso podem encarar uma dessas. "Como toda operação envolve riscos, para se submeter ao procedimento é preciso apresentar obesidade estável há pelo menos cinco anos e ter Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40. Ou, ainda, estar com IMC maior que 35, porém, com outros agravantes que podem levar à morte, como diabetes, apnéia do sono, hipertensão, triglicérides alto, doença coronariana", esclarece Arthur Garrido.
Há situações em que o paciente tem indicação para a intervenção, mas antes tem de emagrecer ou estabilizar doenças. "Por tratar-se de uma cirurgia de grande porte, todo cuidado é pouco. Ela tem baixo risco letal, cerca de 0,3%, mas nada pode ser descartado", avisa ele.
Saiba que é possível fazer esta operação no SUS (Sistema Único de Saúde). O problema é que há pouco espaço disponível nos hospitais para a cirurgia da obesidade. Das 20 mil feitas por ano, apenas 10% são realizadas no SUS. "O resultado são longas filas de espera", informa o professor Arthur Garrido Jr. No Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, há uma espera de três a cinco anos. "Um ano antes da data prevista, chamamos o paciente e começamos um tratamento com a equipe multidisciplinar (cirurgião, nutricionista, psicólogo). Ele participa de grupos com outros obesos que também estão se preparando para o procedimento", complementa.
ONDE FAZER
Há cerca de 50 centros públicos no Brasil que oferecem alguns tipos de cirurgia bariátrica. São Paulo tem vários centros operando. Confira:
● CURITIBA
HOSPITAL DAS CLÍNICAS (41) 360-1800
● RECIFE
HOSPITAL DAS CLÍNICAS (81) 3454-3633
● RIO DE JANEIRO
HOSPITAL DE IPANEMA (21) 2287-2322
● MINAS GERAIS
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA (31) 3238-8100
● SÃO PAULO
HOSPITAL DAS CLÍNICAS (11) 3069-6000
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA (11) 3226-7000
HOSPITAL DO MANDAQUI (11) 6976-2000
FACULDADE DE MEDICINA DO ABC (SANTO ANDRÉ) (11) 4993-5400
HOSPITAL SÃO PAULO (11) 5576 4522
HOSPITAL DA UNICAMP (CAMPINAS) (19) 3788-2121
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO (16) 602-1000

Existem várias técnicas e a escolha depende do médico e do grau da obesidade. Conheça cada uma:
 
Gastroplastia ou fobi-capella

É a mais realizada no Brasil e grampeia parte do estômago, reduzindo o seu volume em 90 a 95%, diminuindo também a velocidade de esvaziamento, já que é colocado um pequeno anel de contenção. "Feita com anestesia geral por via laparoscópica (introdução de pinças especiais no abdômen através de 6 pequenos cortes) ou por meio de uma incisão abdominal entre 10 e 18 cm, iniciando no final do osso externo em direção ao umbigo", explica o médico Luiz Vicente Berti.
Tempo de cirurgia: cerca de 90 minutos (laparoscópica) e 120 (convencional)
Tempo de internação: três dias
Pós-operatório: os pontos das duas técnicas são absorvidos. Após a cirurgia é necessário ficar em jejum absoluto (inclusive de água) por 48 horas. Em seguida, o paciente passa para alimentação líquida e, em duas semanas, para a sólida. Dirigir automóveis só após dez dias. A volta ao trabalho acontece em torno de 15 dias, mas isso varia de acordo com cada um.
Vantagem: como o estômago está com a capacidade bem reduzida, a pessoa diminui drasticamente a quantidade de comida consumida, emagrecendo até 70% do peso total. "A perda de peso é duradoura, com baixo índice de insucesso", informa a cirurgiã geral Galzuinda Maria Figueiredo Reis, da Santa Casa de Belo Horizonte e do Hospital Life Center, MG.
Desvantagem: a pessoa come menos, por isso, há maior probabilidade de ter deficiências protéicas e anemias. O acesso ao estômago e ao duodeno também fica limitado para métodos radiológicos e endoscópicos.
Preço em média: R$ 10 a 15 mil (aberta) e R$ 12 a 18 mil (por videolaparoscopia), sem despesas hospitalares.

Banda gástrica ajustável

É realizada com a introdução de um anel que divide o órgão em dois compartimentos. Um pequeno, acima da banda, que vai armazenar pouca quantidade de comida. Quando cheio, ele causa a sensação de saciedade. O outro, maior, que é o restante do estômago normal continua recebendo e enviando o alimento para o duodeno. Esta prótese é conectada a um pequeno reservatório localizado sob a pele e facilmente alcançado por uma agulha fina. "É um tipo de funil, colocado na parte superior do estômago que garante a sensação de saciedade precoce, obrigando o paciente a comer pouco", esclarece Galzuinda. É feita com anestesia geral, somente por via laparoscópica.
Tempo de cirurgia: cerca de uma hora
Tempo de internação: 24 horas
Pós-operatório: os pequenos cortes são fechados com pontos que serão absorvidos. É preciso ficar em jejum absoluto (inclusive água) por 24 horas. No dia seguinte, começa a ingestão de líquidos e os alimentos sólidos vão sendo liberados aos poucos. Em uma semana pode retornar ao trabalho.
Vantagem: "A internação é de um dia e a pessoa volta às suas atividades normais em um período curto", diz Galzuinda. Além disso, é um método reversível, pois permite ajustes individualizados no diâmetro da prótese. Não há sutura do estômago.
Desvantagem: custo alto e perda de peso, às vezes, insuficiente. Consegue-se, a longo prazo, emagrecer cerca de 20 a 40% do peso total.
Preço: R$ 16 mil.

Existem outras formas da cirurgia, caberá ao médico analisar qual será a melhor para seu paciente.

Fonte: http://dietaja.uol.com.br

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